Quem Não Sabe o Que Quer, Perde o Que Tem
- Rafael Feltran
- 2 de out.
- 3 min de leitura
Você já parou para pensar que até a não decisão é uma decisão?
Muitas vezes, achamos que só estamos decidindo quando escolhemos um caminho claro, mas na verdade, optar por não agir ou não escolher também tem consequências. Esse “não agir” pode nos manter presos em situações que não desejamos, ou fazer com que percamos oportunidades importantes sem nem perceber.
Por que será que só damos valor quando algo se vai? Enquanto temos alguém por perto, na nossa zona de conforto, dificilmente percebemos o real valor daquela pessoa. Talvez seja uma voz interna — o nosso ego, ou uma falsa sensação de segurança — que nos convence:
"Já conquistei essa pessoa, então não preciso ficar sempre provando o quanto gosto dela."
Esse pensamento nos engana, porque o afeto e a atenção devem ser demonstrados continuamente para que os laços permaneçam fortes.
Você já viu essa história acontecer? Assim que alguém percebe que perdeu uma pessoa querida, começa o chororô. Surgem as palavras mais bonitas, as promessas emocionadas, o drama das lembranças compartilhadas, e até aquela famosa frase:
"Eu vou mudar por você."
Mas, infelizmente, sabemos que muitas vezes essa mudança não acontece. E isso não é simplesmente por falta de vontade, mas porque a verdadeira transformação vem de dentro.
A mudança é algo muito pessoal e profunda. Só conseguimos transformar um comportamento ou padrão quando reconhecemos por nós mesmos que há algo a ser ajustado. Não basta que uma situação externa nos mostre o “problema” — precisamos compreender por que aquele padrão está prejudicando nossa vida e nossos relacionamentos.
Por que será que entregamos mais flores aos mortos do que aos vivos? Pense nisso por um momento. Quantas vezes você já presenciou alguém dizendo:
"Eu não morri para ganhar flores."
Que frase estranha, não é? Por que relacionamos o carinho e o reconhecimento com a ausência e a perda, e não com a presença e a vida? Essa crença, que muitas vezes nos foi imposta, é no mínimo contraditória e prejudicial.
Valorizar alguém enquanto está presente é um gesto de amor, de cuidado e reconhecimento que fortalece os vínculos.
Perdemos muito na vida por não saber reconhecer o valor das coisas, das pessoas e até de nós mesmos. Se você não compreende o seu próprio valor, como poderá valorizar verdadeiramente o outro?
Pode parecer um pensamento simples demais, ou até meio “bobagem”, mas pense comigo:
Eu preciso saber jogar truco para poder ensinar alguém, certo? Se eu não entendo o jogo, não faço ideia de como passar essa habilidade para outra pessoa.
Da mesma forma, se eu não conheço meu próprio valor — minhas qualidades, limites e necessidades — fica difícil reconhecer e valorizar o que o outro tem a oferecer.
Aprender sobre o próprio valor é, antes de tudo, um caminho de autoconhecimento. Existem diversas maneiras de fazer essa jornada, como a auto-hipnose ou sessões de hipnose clínica, que ajudam a olhar para dentro e entender melhor quem somos.
Nunca é tarde para questionar e modificar padrões que não nos fazem bem, que atrapalham nossos relacionamentos ou nosso crescimento pessoal. Afinal, quem não sabe o que quer, perde o que tem.
Se você sente que está preso em ciclos repetitivos ou que não valoriza as pessoas importantes na sua vida como deveria, talvez seja o momento de parar, olhar para dentro e começar essa transformação. A mudança verdadeira nasce da consciência, do respeito próprio e do amor genuíno — tanto por si mesmo quanto pelo outro.



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